Dismenorreia: a dor menstrual

Dismenorreia: a dor menstrual

Sentir dor, especificamente dor abdominal ou pélvica, durante a menstruação não é incomum. Muitas pessoas se referem a isso como cólicas menstruais, e a dor pode ser descrita como uma sensação semelhante a uma pressão ou cãibra. 

Essa dor varia de leve a intensa e pode afetar os quadris, a parte interna das coxas ou a parte inferior das costas, além da parte inferior do abdômen ou da pelve. 

Essa dor durante a menstruação também é chamada de dismenorreia e acredita-se que afete mais de 50% das mulheres em período fértil. 

A dismenorreia pode afetar mulheres de qualquer idade durante seus anos reprodutivos, desde a menarca (idade da primeira menstruação) até a menopausa.

Dismenorreia primária

A dor menstrual que ocorre regularmente e não está associada a outra condição subjacente é chamada de dismenorreia primária. Uma mulher pode ter dismenorreia primária um a dois dias antes mesmo de começar a menstruação. 

Esse tipo de dismenorreia pode variar em gravidade e duração; no entanto, normalmente dura de 12 a 72 horas. Nem sempre a dismenorreia primária ocorre e, para algumas mulheres, a experiência diminui com o tempo. 

Quando uma paciente apresenta dismenorreia primária, ela também pode sentir fadiga, diarreia, náuseas ou vômitos.

Dismenorreia secundária

Ao contrário da dismenorreia primária, a dismenorreia secundária é o resultado de outra doença subjacente. 

Exemplos de condições que podem levar à dismenorreia secundária incluem endometriose, miomas uterinos, infecções e doença inflamatória pélvica, entre outras condições. 

Embora a dismenorreia secundária seja mais comumente relacionada a outra condição dentro do trato reprodutivo feminino, ela também pode ser o resultado de condições em outras partes do corpo, especialmente doenças relacionadas ao intestino. 

Em comparação com a dismenorreia primária, a dor menstrual causada pela dismenorreia secundária pode ter um início mais precoce durante o ciclo menstrual e ter uma duração mais longa.

Causas da dor menstrual

As cólicas menstruais que não são o resultado de outra condição subjacente, tem sua origem em contrações musculares muito fortes, que acontecem quando o útero está perdendo seu revestimento.

Essas contrações musculares são desencadeadas por uma substância semelhante a um hormônio no corpo chamada prostaglandina. O nível de prostaglandina aumenta no organismo imediatamente antes de a mulher menstruar e começar a liberar o revestimento uterino. Assim que a menstruação começa, os níveis de prostaglandina diminuem, razão pela qual a dor costuma diminuir entre o primeiro e terceiro dias do período. 

Se essas contrações forem suficientemente agressivas, podem interromper o suprimento de oxigênio para os músculos uterinos, pressionando os vasos sanguíneos da região. Se esses músculos sentirem uma breve falta de oxigênio, haverá dor. 

Este mecanismo de dor está mais associado à dismenorreia primária. Esse mesmo processo pode desempenhar um papel na dismenorreia secundária; no entanto, esse tipo de dor é ditado principalmente pela condição subjacente que a causa. 

No caso da endometriose, acredita-se que essa dor seja o resultado de lesões endometriais em outras partes da pelve, crescendo e quebrando onde não deveriam. Esse processo, junto com o sangue e o tecido retidos que ele cria, afetam a dor menstrual. 

Além disso, as lesões endometriais podem intensificar os processos inflamatórios e de crescimento celular da área circundante. Tais mudanças na inflamação e na composição celular podem aumentar consideravelmente os níveis de dor durante o período menstrual da mulher. 

Finalmente, algumas teorias sugerem que as lesões da endometriose podem crescer e irritar ou infiltrar os nervos na pelve. Se esses nervos forem impactados negativamente por lesões de endometriose, pode ocorrer dismenorreia secundária grave.

Sua dor deve ser avaliada

Se você estiver sentindo dores fortes durante seu ciclo menstrual que dura vários dias a cada mês, consulte seu médico. Como a dor menstrual pode estar relacionada a muitas condições diferentes, seu médico de confiança pode precisar fazer algumas investigações para determinar se sua dor é dismenorreia primária ou secundária. 

Alguns testes e procedimentos diagnósticos comuns pelos quais uma mulher com cólica menstrual pode passar são exames pélvicos, exame de fluido vaginal, exames de imagem como ultrassom ou laparoscopia, que é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite ao médico examinar completamente o interior da cavidade pélvica. 

Se o seu médico acredita que você tem dismenorreia secundária, ele pode buscar outros exames diagnósticos específicos para investigar qualquer condição que esteja causando a dor e identificar as opções de tratamento que podem ser benéficas para você.

Opções de tratamento e medicação

A dor menstrual pode ser tratada de várias maneiras, dependendo se é uma dismenorreia primária ou secundária, e também da sua intensidade. As opções de tratamento comuns para a dor menstrual incluem:

  • Analgésicos e anti-inflamatórios, como paracetamol, ibuprofeno, naproxeno ou aspirina;
  • Medicamentos anti-inflamatórios prescritos;
  • Pílulas anticoncepcionais ou outros medicamentos anticoncepcionais hormonais;
  • Cirurgia (em casos raros em que uma condição subjacente está causando a dor menstrual).

Embora algumas dessas opções de tratamento possam estar disponíveis sem receita, ainda é importante consultar seu médico antes de iniciar ou interromper qualquer novo medicamento.

Opções alternativas de tratamento

Além das opções descritas acima, existem várias mudanças potenciais no estilo de vida ou opções alternativas de tratamento que podem ajudar a mulher a controlar a cólica menstrual. Alguns deles incluem:

  • Praticar exercícios regularmente;
  • Evitar grandes quantidades de cafeína;
  • Usar calor para aliviar a dor (como uma bolsa de água quente, almofada de aquecimento, ou banho quente);
  • Parar de fumar ou evitar fumar;
  • Eliminar o consumo de álcool;
  • Dormir o suficiente;
  • Praticar ioga;
  • Acupuntura.

Priorize sua saúde, cuide do corpo e da mente. Caso tenha qualquer dúvida, não hesite em conversar com seu médico de confiança.