Neste artigo vamos falar sobre como a terapia ocupacional pode ajudar nos cuidados com a saúde da mulher. Confira!
Seria maravilhoso se todas as mulheres que sofrem com endometriose, adenomiose ou síndrome dos ovários policísticos, tivessem condições de poder contar com uma terapeuta ocupacional em sua equipe multidisciplinar.
Originalmente, a palavra ocupação significava todas as coisas que fazemos para ocupar nosso tempo. É apenas o uso mais moderno da palavra que passou a ser associado principalmente ao emprego remunerado. Fundamentalmente, o papel de um terapeuta ocupacional é permitir que as pessoas participem satisfatoriamente de todas as ocupações (também conhecidas como atividades) que precisam e querem fazer.
Quando você tem uma condição de saúde, sua capacidade de participar de ocupações valorizadas pode ser um desafio. É aí que entra a Terapia Ocupacional para endometriose e saúde da mulher em geral. Para permitir que as pacientes vivam da forma que desejam, usamos uma série de estratégias para ajudar.
A seguir estão algumas das abordagens comuns usadas para lidar com condições como endometriose, adenomiose, SOP e dor pélvica crônica. Todos elas têm o objetivo final de aumentar a independência e a participação em ocupações – seja praticar esportes, cozinhar, emprego remunerado, encontrar as amigas, momentos de intimidade, cuidar de seu filho – quaisquer que sejam seus próprios objetivos.
Sono
O sono tem um enorme impacto na nossa saúde física e mental. Quando você tem uma condição que causa dor, geralmente é difícil adormecer e permanecer dormindo. Isso também pode ocorrer para pessoas afetadas pela infertilidade, devido ao aumento da ansiedade.
A terapia ocupacional pode ajudá-la a aprender quais ações específicas você pode tomar para adormecer mais rápido, ter um sono de melhor qualidade e um plano de ação do que você pode fazer quando a dor ou a preocupação a acordar durante a noite.
Dica: ficar rolando o feed das redes sociais no telefone definitivamente não é uma estratégia recomendada.
Uma avaliação completa de seus hábitos de sono pode identificar mudanças específicas que você pode fazer em áreas de sua vida, como alimentação, seu ambiente e suas rotinas, a fim de obter o melhor sono possível.
Formação de Hábitos
Ter uma condição de saúde como endometriose ou qualquer forma de dor pélvica requer uma abordagem proativa para o gerenciamento de sintomas ou a maximização de um estilo de vida saudável.
Hábitos como alimentação balanceada, exercícios, relaxamento, administração de medicamentos ou alongamentos específicos podem ser difíceis de estabelecer quando você está lutando contra os sintomas.
O papel de um terapeuta ocupacional é observar como você já tem seu dia estruturado e ajudá-la a descobrir como você pode construir novos hábitos úteis de maneiras que exigirão menos esforço e que sejam sustentáveis para suas próprias circunstâncias.
Terapia Ocupacional e Saúde Mental
Quando você tem uma condição de saúde, especialmente algo como endometriose ou adenomiose, é vital promover sua saúde mental. Esta forma de autocuidado não é uma tarefa tão simples, mas vale muito a pena tentar.
Ter essas condições é difícil o suficiente, mas o caminho desafiador para o diagnóstico pode levar muitas mulheres a se sentirem desvalorizadas e até indignas de ter tempo para cuidar de si mesmas.
Ter um médico que possa apreciar o caminho que você percorreu é fundamental. Também é muito importante ter alguém em sua equipe de suporte com quem você possa trabalhar para desenvolver estratégias de saúde mental que funcionem para você. Semelhante a um psicólogo, um Terapeuta Ocupacional pode ajudá-la a aprender técnicas específicas de respiração ou meditação de atenção plena.
Uma terapeuta ocupacional eficaz também a ajudará a aprender maneiras de incorporar as ocupações que você já ama em seu kit de ferramentas de saúde mental. Isso faz com que cuidar de sua saúde mental seja parte de um dia gratificante; e potencialmente até divertido.
Otimização do Ambiente
Nossos ambientes físico, social e digital desempenham um papel enorme em nosso bem-estar. Ao analisar o que está em seu ambiente, um terapeuta ocupacional pode fazer sugestões sobre quais recursos estão contribuindo para o seu bem-estar físico e mental e quais elementos do seu ambiente provavelmente estão piorando seus sintomas.
Ao questionar as pacientes sobre os tipos de coisas que elas acham calmantes e estressantes, eles geralmente começam a desenvolver uma compreensão de quais são suas necessidades exclusivas e conseguem continuar a garantir que seu ambiente seja favorável no futuro.
Exemplos de mudanças comuns que pacientes fazem em seu ambiente após descobrir quais são suas necessidades incluem mudar a iluminação, mudar a altura dos móveis, aumentar o contato com uma amiga em particular que é uma influência positiva ou excluir contas de mídia social que são prejudiciais à sua saúde mental.
Não há nada como um olho treinado para identificar os recursos ambientais inúteis que você não percebe se estiver em um ambiente o tempo todo!
Terapia Ocupacional e Gerenciamento da Dor
Todas as intervenções acima podem ajudar a controlar a dor – dormir melhor, estilo de vida saudável, cuidar de nossa saúde mental e ser apoiada para ainda fazer as coisas que amamos.
A dor é complexa e influenciada por muitos aspectos de nossas vidas, não apenas pelo que está acontecendo no local da dor. Parte do papel dos terapeutas ocupacionais no controle da dor é ajudar as pacientes a entender melhor como a dor funciona.
Sabemos pelas pesquisas que, quando pacientes entendem como a dor funciona, elas são mais capazes de gerenciar seus sintomas.
Além disso, um terapeuta ocupacional que tenha habilidades no controle da dor também pode usar uma série de outras intervenções, como imagens motoras graduadas, retorno seguro e gradual às ocupações usando princípios de ergonomia e mecânica corporal, modulação sensorial para ajudar a regular o estado de alerta ou biofeedback.
Não existe uma abordagem padronizada quando se trata de tratamento da dor, especialmente a dor localizada na região pélvica, de modo que as intervenções podem variar muito entre as pessoas.
