Endometriose e Menopausa

Endometriose e Menopausa

Neste artigo iremos explicar a relação entre endometriose e menopausa. Vale a leitura.

Endometriose é uma condição que acomete 10% das mulheres brasileiras. Ela ocorre quando células semelhantes ao revestimento do útero, o endométrio, crescem em outros lugares que não seja a cavidade uterina.

Todo mês esse tecido se acumula e se desprende acompanhando o ciclo menstrual. No entanto, o tecido fora do útero é incapaz de sair pela vagina e fica preso no corpo, levando à formação de tecido cicatricial, inflamação e dor.

O estrogênio estimula o crescimento de lesões de endometriose, então parece lógico que após a menopausa, a endometriose se torne menos ativa à medida que seus ovários produzem menos estrogênio. No entanto, como o corpo ainda produz certa dose desse hormônio, isso significa que os sintomas da endometriose podem continuar mesmo na menopausa.

A endometriose pode se desenvolver após a menopausa?

A endometriose também pode se desenvolver após a menopausa, mas é rara e pode estar associada ao uso de:

  • Terapia de reposição hormonal;
  • Fitoestrogênios (estrogênios à base de plantas que imitam o estrogênio);
  • Tamoxifeno (um modulador seletivo do receptor de estrogênio frequentemente usado para tratar o câncer de mama).


Porém, não está claro se o crescimento das lesões é independente do estrogênio, ou se há sensibilidade ao hormônio, ou ainda se a produção de estrogênio vem da própria lesão.

Deve-se notar que há dados limitados sobre os efeitos da terapia hormonal e endometriose. Acredita-se que mesmo após a cirurgia envolvendo uma histerectomia total, a terapia com estrogênios pode dar início aos sintomas da endometriose. Além disso, esse tipo de terapia aumenta o risco de câncer, enquanto outros tipos de terapia hormonal podem não causar sintomas após a cirurgia.

Outra teoria é que alterações genéticas ou epigenéticas estão envolvidas no desenvolvimento da endometriose na menopausa, o que significa que há uma modificação na forma como os genes se expressam. Um estudo de caso de várias mulheres na pós-menopausa identificou que todos os casos de lesões de endometriose eram cistos ovarianos ou endometriose infiltrativa profunda, que é onde as lesões são encontradas em outros locais, como intestino e bexiga.

Acredita-se que as lesões na endometriose cística e infiltrativa profunda podem crescer apesar dos níveis mais baixos de estrogênio que ocorrem após a menopausa e, em vez disso, começam a proliferar devido a eventos genéticos ou epigenéticos.

Tratamentos da endometriose pós-menopausa

O tratamento da endometriose na menopausa é principalmente cirúrgico. O uso de análogos ou agonistas de GnRH não são eficazes na pós-menopausa.

Conclusão sobre endometriose e menopausa

Os sintomas da endometriose após a menopausa não são comuns, mas podem acontecer. A endometriose também pode se desenvolver após a menopausa, mas é rara.

Não se sabe por que a doença pode se desenvolver após a menopausa, mas alguns fatores incluem o aumento da circulação de estrogênios (ingeridos por meio de hormônios sintéticos ou de alimentos ricos em fitoestrogênios), uma mudança na sensibilidade ao estrogênio ou aumento da produção localizada do hormônio. Nos casos em que os sintomas começam abruptamente após a menopausa, é preciso trabalhar com a possibilidade de que possa ter ocorrido uma alteração genética ou epigenética.


Caso perceba sinais de endometriose, inclusive após a menopausa, procure seu médico de confiança sem hesitar. Esperamos que as principais dúvidas sobre endometriose e menopausa tenha sido respondidas. Lembre-se, é fundamental comparecer às consultas médicas e realizar os exames de rotina. Cuide-se.