É mais que comum perceber que, em certos momentos, as coisas não estão bem em nossas vaginas. Por isso, é muito importante conhecer os detalhes do que chamamos “microbioma vaginal”.
Este termo se refere ao mundo mágico e microscópico das vaginas e tudo que precisamos cuidar para termos um ambiente saudável para a vida dos organismos que vivem em nossa região íntima.
O que é pH vaginal?
A sigla pH significa “potencial hidrogeniônico” e sua função é medir o nível de acidez ou alcalinidade de uma solução ou local.
Pesquisas nos dizem que o pH ideal da vagina deve ser ácido. Esse pH pode ser alterado por praticamente qualquer coisa: o uso de anticoncepcionais orais, detergentes em nossas roupas, lavagens vaginais com aromas florais ou estresse.
Infecções recorrentes por fungos, vaginose bacteriana e infecções do trato urinário crônicas são sinais de que o delicado equilíbrio do microbioma vaginal está fora de controle. Para muitas pessoas, essas condições são inabaláveis e persistem ao longo do tempo, apesar dos tratamentos farmacêuticos anunciados para curá-las.
Isso leva ao desconforto na vagina e nos tecidos circundantes, bem como a uma mudança no odor vaginal.
Se você consultou um médico com uma infecção por fungos ou vaginose bacteriana, sabe o que eles prescreverão para ajudá-la a erradicar esses problemas. Precisamos desses especialistas para descartar outras infecções, como as ISTs. Por isso, é muito importante sermos sinceras com esses profissionais para que os tratamentos sejam assertivos.
Encontrando o pH correto
O pH vaginal ideal deve ficar em torno de 4. Mulheres com vaginose bacteriana têm um pH elevado de 7 ou superior (menos ácido).
Isso nos diz que as bactérias “ruins” que estão causando a infecção proliferaram-se na vagina que está em um pH mais alto. Em vez de tomar antibióticos repetidos para tratar a vaginose bacteriana, outra maneira de abordá-la seria restaurar o ambiente ácido.
Como podemos cuidar do microbioma vaginal?
- Supositórios de ácido bórico
O ácido bórico pode ser adquirido e inserido na vagina. Há um estudo que acompanhou mulheres com vaginose bacteriana recorrente e descobriu que seus sintomas diminuíram com o uso de supositórios de ácido bórico ao longo de 13 meses. Poucos efeitos adversos foram observados com este tratamento. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6878170/)
- Lavagens vaginais
O sabão é tipicamente uma substância alcalina. Mesmo se você estiver usando uma versão sem perfume, ainda estará colocando algo alcalino perto da vagina ao lavar.
Procure uma lavagem vaginal com um pH ácido entre 3-4 para evitar a interrupção do microbioma vaginal. Evite qualquer coisa com fragrância.
- Probióticos
Outro estudo descobriu que a presença de lactobacilos, uma bactéria “boa”, resultou em melhora do pH vaginal. O estudo também sugere que o uso de probióticos, combinado com um pH ácido na vagina, forneceu múltiplos mecanismos de defesa para prevenir a infecção do trato genital feminino. (https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0002937810008768)
É possível fazer uma pasta de probiótico com um pouco de água e passá-la dentro da vagina no intuito de reequilibrar essas bactérias “boas”, que podem então lutar contra as bactérias “ruins” e resultar em um microbioma saudável sem o uso de antibióticos prolongados.
- Dormir sem calcinha e higiene vaginal
Usar roupas íntimas e calças apertadas o dia todo, ficar sentada por muito tempo e altos níveis de estresse vão apertar os músculos do assoalho pélvico. Isso impedirá que esse maravilhoso jardim do microbioma vaginal floresça porque não há espaço suficiente para que as coisas certas cresçam e as coisas desfavoráveis sejam descartadas.
Tirar a roupa íntima à noite pode ser um divisor de águas para mulheres com esses sintomas implacáveis. Combinado com as ideias acima, é possível gerenciar a higiene vaginal com menos visitas ao médico.
Entre em contato com seu médico de confiança sempre que perceber que algo está errado com sua saúde. A Clínica Ayroza Ribeiro está sempre de portas abertas.
