O sangramento intenso é um sintoma comum para quem sofre de adenomiose e endometriose, e também está associado a outras condições ginecológicas, como miomas uterinos. Pode ser um sintoma incrivelmente frustrante, embaraçoso e exaustivo de lidar.
Menorragia é o termo médico para sangramento menstrual anormalmente intenso ou prolongado, enquanto o sangramento uterino disfuncional é definido como sangramento excessivo, prolongado ou frequente do útero que não é devido à gravidez ou a qualquer patologia pélvica diagnosticada.
Ambos podem exigir investigação e tratamento por um ginecologista para melhorar a qualidade de vida e identificar problemas que podem exigir tratamento. Se você estiver com sangramento intenso e prolongado por qualquer motivo, consulte seu médico de confiança para investigar e diagnosticar o problema.
As mulheres que sofrem de adenomiose, em particular, podem queixar-se de períodos menstruais abundantes e episódios de “inundação” em que o sangramento é tão significativo que a paciente pode transbordar os absorventes, ou acordar e descobrir que sangrou na cama. Este sangramento também pode ser acompanhado de coagulação.
Sangramento consistentemente pesado pode causar anemia e as mulheres podem sentir fadiga, falta de ar ao esforço, tontura e palpitações cardíacas. É fácil ficar exausta e sobrecarregada pelo trabalho mental associado a lidar com esse sintoma.
SANGRAMENTO INTENSO: QUANTO É MUITO?
Embora os fluxos das pacientes sejam diferentes, entre 30 mL e 80 mL é considerada uma perda de sangue “normal”. Sangramento acima de 80mL a cada período ou menstruação com mais de 7 dias, ou ambos, é considerado um diagnóstico de menorragia.
Então, como você sabe se seu sangramento é normal? Manter o controle de seu sangramento é um bom lugar para começar. Você pode usar aplicativos para rastrear sangramento cíclico e qualquer outro tipo de sangramento, como spotting ou sangramento de escape. É importante lembrar que quando se usa contraceptivos hormonais, incluindo a pílula contraceptiva oral ou o DIU, poderá ocorrer hemorragias de escape, especialmente quando começar a utilizá-los – a incidência geralmente diminui com o tempo.
É fundamental você acompanhar e tomar nota de seus padrões de sangramento, considerando a intensidade, cor e duração do fluxo, para depois poder apresentar essas informações à sua equipe de saúde para ajudá-los a avaliá-la.
Ponto-chave a ser lembrado: se você está rastreando consistentemente sangramento intenso, sangramento que dura mais de 7 dias a cada ciclo e coágulos – esses são sintomas que precisam de avaliação profissional.
ESTRATÉGIAS DE GESTÃO PARA SANGRAMENTO INTENSO
Existem muitas intervenções que um médico pode sugerir para ajudar a aliviar o sangramento intenso, converse com sua equipe de saúde sobre o que pode ser adequado para você, com base em seus outros sintomas. As intervenções podem incluir medicamentos, intervenção cirúrgica para condições diagnosticadas e tratamentos hormonais.
As opções de gestão apropriadas variam de acordo com cada paciente. Lembre-se: você é responsável por sua jornada de saúde – procure uma segunda opinião se não estiver confortável com as opções apresentadas a você.
Medicamentos para reduzir o sangramento intenso
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Estes atuam reduzindo os níveis de prostaglandina que podem ser excessivos em sangramento menstrual intenso. As prostaglandinas também contribuem para as cólicas, portanto, os AINEs podem reduzir a dor e o sangramento
Estes são contra-indicados em pessoas com problemas gastrointestinais, úlceras ou asma e podem não ser eficazes para todas as mulheres.
Ácido Tranexâmico
Essa substância é um agente antifibrinolítico, isto significa que reduz o fluxo de sangue agindo sobre as enzimas que contribuem para o sangramento e a coagulação. Muitas vezes, é prescrito para uso no dia mais pesado do seu período – outra razão pela qual o rastreamento dos sintomas é útil.
Contracepção hormonal
Pílula anticoncepcional oral, DIU Mirena e outros
Esses medicamentos reduzem o sangramento induzindo um revestimento endometrial fino. Eles também podem reduzir os sintomas de dismenorreia (cólica) que ocorrem com endometriose e adenomiose
É importante ressalvar que se você ainda não recebeu um diagnóstico, não é o ideal simplesmente recorrer à pílula anticoncepcional sem avaliação adicional e investigação dos sintomas, pois a pílula pode mascarar sintomas de endometriose e adenomiose, particularmente em adolescentes.
A pílula pode ter efeitos colaterais que diferem entre as pacientes. Fale com sua equipe de saúde se estiver preocupada ou se quiser mais informações sobre como apoiar sua saúde de forma holística enquanto toma os medicamentos necessários para seu indivíduo circunstâncias. Por exemplo, trabalhar com um nutricionista para garantir a ingestão adequada de nutrientes que podem ser esgotados pelo uso de anticoncepcionais.
Opções cirúrgicas
- Cirurgia de excisão para endometriose;
- Embolização da artéria uterina para miomas uterinos;
- Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas para remoção de miomas;
- Ablação do endométrio (não apropriado para quem deseja ter filhos);
- Histerectomia para adenomiose – como último recurso quando outros modos de tratamento falharam. Observe que uma histerectomia NÃO é uma cura para a endometriose;
Todas as opções cirúrgicas devem ser discutidas com um especialista na área, com a experiência certa. Não tenha medo de procurar uma segunda opinião.
Mantenha contato com sua equipe de saúde – se estiver preocupado com a quantidade de sangramento que está tendo ou sintomas recorrentes, como fadiga e tontura, consulte seu médico e avalie seu sangramento. Acompanhe seus sintomas e monitore quaisquer alterações, você está no controle de sua saúde e de seu corpo.
